quinta-feira, maio 31, 2012


Mistério do Planeta

Os Novos Baianos

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola


PS: "No Nepal tudo é barato"

segunda-feira, maio 21, 2012

Esse tal de amor


Quem inventou o amor? Essa foi a pergunta que o Renato Russo fez. Ele queria explicação? Gostaria de aqui rever a pergunta, na verdade, eu gostaria de refazer a pergunta. Do fundo do meu devaneio perguntar, não o “quem” da música, e sim o porquê inventou. Esse tal de amor, talvez ele seja a forma mais oculta que inventamos para sentir dor. Parece engraçado, porém nós simplesmente poderíamos respeitar as pessoas, gostar delas intimamente e querer sua presença em tempos que os outros normalmente não estariam ao nosso lado. Digo isso citando a cama, esse santuário dos nossos prazeres mais íntimos. Mas, não! Nós realmente precisamos amar, precisamos estar visceralmente apaixonados, ter perto, estar perto, saber o que se sente, porque se sente, e quando se sente. Essa ditadura do amor me deixa incomodado. Não estaríamos nós por causa da nossa carência esquecendo alguma coisa sobre afeto? Sim, porque como posso citar o amor numa sentença comum sem que milhões de significados me dêem uma overdose de culpa e “não mensura” do que é o amor.  Já não quero mais saber a resposta, na verdade, quero mais do que nunca fazer um monte de perguntas. Não sei se o Renato Russo conseguiu responder a pergunta dele, só sei que ainda fico aqui, brincando com as minhas perguntas e com o resto das poucas respostas.

A. Lucas C. Soares

quinta-feira, março 15, 2012

A saudade é flor que só floresce na ausência. É nela que se dizem as orações suplicando dos deuses a graça de repetição da beleza. E é só para isso que existem os deuses: para garantir o retorno do belo. (rubem alves)

quarta-feira, março 14, 2012

Sobre o tempo...

presente de aniversário...

Sobre o tempo (ou Do Complexo de Peter Pan)


“Chega um momento na vida em que nós nos perguntamos quem somos e o quê estamos nos tornando. A gente olha pro lado e vê todos embarcando na trajetória linear da vida. A gente vê nossos irmãos trabalhando, casando e tendo filhos (não necessariamente nessa ordem). A gente vê nossos pais e percebe o quanto somos eles. A gente vê nossos amigos (os poucos que restaram!) cada vez mais distantes. A gente sente o peso do tempo tendo o outro como parâmetro. E os sonhos juvenis? E os utópicos sonhos revolucionários de agrupar forças fraternas para a transformação do mundo? Será que foram diluídos no álcool dos bares que outrora serviam de templo dos sonhos de uma juventude que se foi precocemente? Será a vida adulta esse emaranhado de responsabilidades, compromissos e cobranças que tende a afastar o ócio vigoroso e demasiadamente humano que nos faz refletir sobre o que pensamos, sentimos e agimos? Não sei. Só sinto que nada sei e que, por sentir, existo! Há tempos me pus estranho no mundo. Há tempos vejo o que não quero ver. Há tempos ouço o que não quero ouvir. Há tempos penso o que não quero pensar. Há tempos faço o que não quer fazer. Há tempos minha condição humana é questionada num mundo em que tudo tem um preço, pode ser substituído ou descartado. Há tempos me sinto sozinho. Sozinho da família. Sozinho dos amigos. Sozinho do trabalho. Sozinho de mim mesmo. Sozinho de quem eu já fui e sozinho daquilo que serei. Sozinho presente. A solidão da solidão: vazio de mim mesmo. Enquanto todos passam rapidamente como o barulho dos despertadores, sinto meus passos cadenciados, nostálgicos, incertos e profanos. Passos que passam sem deixar pegadas. E o caminho? O caminhar tem sido ofegante, desmotivante, desconstituinte: caminhar-mercadoria. E chega o menestrel para ministrar a trágica certeza: no final não dará tudo certo! O projeto da modernidade não se sustenta numa realidade de tantas ruínas e incertezas. Mas caminho. Caminho para me encontrar. Caminho para me perder. Caminho por caminhar. Caminho para encontrar e recordar flores e pedras. Caminho para ser caminhante e, sendo caminhante, poder encontrar o poeta e entender que não há caminho: o mesmo se faz ao caminhar...(Washington Nozu)

terça-feira, março 13, 2012

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
 
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
 
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
 
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza.
 
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
 
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

Francisco  Buarque  de  Holanda

quinta-feira, março 08, 2012

Mergulhei no tempo para me salvar...
(Alceu Valença)

quarta-feira, março 07, 2012