Esse tal de amor
Quem inventou o amor? Essa foi a pergunta que o Renato Russo
fez. Ele queria explicação? Gostaria de aqui rever a pergunta, na verdade, eu
gostaria de refazer a pergunta. Do fundo do meu devaneio perguntar,
não o “quem” da música, e sim o porquê inventou. Esse tal de amor, talvez ele
seja a forma mais oculta que inventamos para sentir dor. Parece engraçado,
porém nós simplesmente poderíamos respeitar as pessoas, gostar delas
intimamente e querer sua presença em tempos que os outros normalmente não
estariam ao nosso lado. Digo isso citando a cama, esse santuário dos nossos
prazeres mais íntimos. Mas, não! Nós realmente precisamos amar, precisamos
estar visceralmente apaixonados, ter perto, estar perto, saber o que se sente,
porque se sente, e quando se sente. Essa ditadura do amor me deixa incomodado.
Não estaríamos nós por causa da nossa carência esquecendo alguma coisa sobre
afeto? Sim, porque como posso citar o amor numa sentença comum sem que milhões
de significados me dêem uma overdose de culpa e “não mensura” do que é o
amor. Já não quero mais saber a
resposta, na verdade, quero mais do que nunca fazer um monte de perguntas. Não sei se
o Renato Russo conseguiu responder a pergunta dele, só sei que ainda fico aqui,
brincando com as minhas perguntas e com o resto das poucas respostas.
A. Lucas C. Soares
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