Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola
PS: "No Nepal tudo é barato"
Quem inventou o amor? Essa foi a pergunta que o Renato Russo
fez. Ele queria explicação? Gostaria de aqui rever a pergunta, na verdade, eu
gostaria de refazer a pergunta. Do fundo do meu devaneio perguntar,
não o “quem” da música, e sim o porquê inventou. Esse tal de amor, talvez ele
seja a forma mais oculta que inventamos para sentir dor. Parece engraçado,
porém nós simplesmente poderíamos respeitar as pessoas, gostar delas
intimamente e querer sua presença em tempos que os outros normalmente não
estariam ao nosso lado. Digo isso citando a cama, esse santuário dos nossos
prazeres mais íntimos. Mas, não! Nós realmente precisamos amar, precisamos
estar visceralmente apaixonados, ter perto, estar perto, saber o que se sente,
porque se sente, e quando se sente. Essa ditadura do amor me deixa incomodado.
Não estaríamos nós por causa da nossa carência esquecendo alguma coisa sobre
afeto? Sim, porque como posso citar o amor numa sentença comum sem que milhões
de significados me dêem uma overdose de culpa e “não mensura” do que é o
amor. Já não quero mais saber a
resposta, na verdade, quero mais do que nunca fazer um monte de perguntas. Não sei se
o Renato Russo conseguiu responder a pergunta dele, só sei que ainda fico aqui,
brincando com as minhas perguntas e com o resto das poucas respostas.
A. Lucas C. Soares