sexta-feira, abril 29, 2011
Meu texto não quer ser útil, não quer ser moda, não quer estar certo. Meu texto não quer ser belo, não quer ser feio. Meu texto não quer traduzir, não quer protestar. Não quer ser sucesso, não quer ser reflexo, não quer revelar nada. Não quer ser história, não quer ser resposta, não quer perguntar. Meu texto quer estar além do gosto, não quer ter rosto. Meu texto quer ser só texto. Meu texto não quer pouco.
Adriana Calcanhotto
Adriana Calcanhotto
quinta-feira, abril 28, 2011
quarta-feira, abril 27, 2011
Ah, me socorre que hoje eu não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar planas, jogar fora jornais, tirar o pó dos livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar-desligar a tevê, ouvir Mozart [ou um Floyd?] para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar as cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo?
(...) e amanhã não desisto: te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro.
Não temos culpa, tentei. Tentamos. (Caio F. do conto Anotações sobre um amor urbano)
(...) e amanhã não desisto: te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro.
Não temos culpa, tentei. Tentamos. (Caio F. do conto Anotações sobre um amor urbano)
segunda-feira, abril 25, 2011
quarta-feira, abril 20, 2011
amor e nojo, segundo Caio Fernando
Pode ser, mas. Suponhamos. Eu já vivi isso. E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro de suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, à língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo. No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido (...)
segunda-feira, abril 18, 2011
sábado, abril 16, 2011
terça-feira, abril 12, 2011
segunda-feira, abril 11, 2011
domingo, abril 10, 2011
e agora João???
Ah, João! Que saudade de você! Por onde anda? Não tens visitado nenhum buteco? Nunca mais te vi perdido, andando sozinho em zigue-zague por rua qualquer...
Teu cigarro apagou?
Tua garrafa secou?
Teu copo quebrou?
Teu amigo te abandonou?
Tua conta encerrou?
Nunca mais dançou Mutantes na calçada de sua casa?
Nunca mais pediu um abraço embrigado para um amigo qualquer?
Nunca mais cantou "velha roupa colorida" em cima da casa com seus amigos?
Ah, João! Por onde andas, João??
Que saudade de você...
Teu cigarro apagou?
Tua garrafa secou?
Teu copo quebrou?
Teu amigo te abandonou?
Tua conta encerrou?
Nunca mais dançou Mutantes na calçada de sua casa?
Nunca mais pediu um abraço embrigado para um amigo qualquer?
Nunca mais cantou "velha roupa colorida" em cima da casa com seus amigos?
Ah, João! Por onde andas, João??
Que saudade de você...
Respondi o email exatamente no momento em que fui inundado de sentimentos, no momento em que meus olhos estavam lacrimejados. Agora, pela manhã, quando voltei a ler o que eu havia escrito, espantei-me: aquela sinceridade, aquela fé, aquele companheirismo não pareciam o meu jeito sempre tão formal de ser.
Espantasomente, confesso: algumas coisas devem ser feitas enquanto os olhos ainda estão marejados, quando as pernas estão bambas, quando a voz não sai, quando os compromissos não tem sentido, quando dia e noite se tornam um momento só...
Espantasomente, confesso: algumas coisas devem ser feitas enquanto os olhos ainda estão marejados, quando as pernas estão bambas, quando a voz não sai, quando os compromissos não tem sentido, quando dia e noite se tornam um momento só...
sábado, abril 09, 2011
domingo, abril 03, 2011
o livro dos dias...
ontem, arrumando no meu quarto os livros empoeirados, as apostilas amareladas, os cds esparramados, as roupas penduradas, os badaluques misturados...encontrei um caderno com antigas anotações que eu fazia sobre alguns fatos. Lembrei de muita coisa que eu já nem fazia idéia de que tinha vivido...Voltarei a fazer esse livro dos dias...
Tive vontade de sentar na calçada e chorar, mas preferi entrar numa livraria, comprar um caderno lindo e anotar sonhos…(Caio F. A.)
sábado, abril 02, 2011
Amanhã fico triste! Hoje não!
“Amanhã fico triste… amanhã! Hoje não… Hoje fico alegre! E todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo: Amanhã fico triste, hoje não…”
(Poema encontrado na parede de um dos dormitóriosde crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz)
(Poema encontrado na parede de um dos dormitóriosde crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz)
sabedoria animada
E se ela não conseguir te indicar o caminho certo, ela vai segurar a sua mão para andar no errado junto com você.Pequena Sereia
O amor é entregar a alguém uma arma e deixá-lo apontar para a sua cabeça, acreditando que ele não vai puxar o gatilho.
Bob Esponja
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